13/04/2024
Comercialização de gado alavanca negócios na ExpoLondrina e agrada pecuaristas
Por Vitor Ogawa
Produtores, pecuaristas e empresas leiloeiras tradicionalmente participam da ExpoLondrina para comercializar seus rebanhos e constituem uma das atividades econômicas mais significativas durante o período da feira. Afora a comercialização de gado nos leilões da edição 2024, dentro do Parque de Exposições Ney Braga, a atividade comercial de gado bovino tem sido constante e tem impressionado os expositores.
Marcos Henrique Sereniski, empresário da Brawir Genética Brangus, relatou que logo nos três primeiros dias a empresa teve 80% de comercialização dos animais que trouxeram, mesmo fora de leilões. “Não sabíamos o que esperar, pois foi a primeira vez trazendo esses animais para a ExpoLondrina. A fazenda fica muito próxima daqui, a 35 km do Parque Ney Braga, e tivemos um cliente visitando a ExpoLondrina que veio de Roraima e pediu para ver outros animais que não estavam expostos. Fomos até a fazenda, onde conseguimos concretizar um bom negócio”, declarou.
Isso quebrou paradigmas no pensamento de Marcos. “Eu sempre tive a impressão de que a feira era mais voltada para pessoas fora do negócio agropecuário, que era um público que vinha para ver shows ou para ver toda a estrutura do parque de diversões. Me surpreendeu ver o tanto de produtores que a gente conseguiu fazer os contatos e novos relacionamentos aqui. Isso pode alavancar mais os negócios no pós-feira”, destacou.
Ele ressaltou que o volume total de exemplares que foram comercializados foi de 16 reprodutores da raça Brangus até o momento, que em termos valores equivale a R$ 300 mil. O Brangus é uma raça sintética criada nos Estados Unidos a partir das raças Aberdeen Angus e do Brahman. O resultado disso é uma raça que alia a rusticidade do Brahman com a tolerância ao calor, fertilidade, longevidade e resistência a infestações de ectoparasitas do zebu que ela representa, junto à fertilidade, à habilidade materna, à precocidade e a excelentes qualidades de carcaça e carne do Angus.
Negócios
Para o tratador Matheus Almeida Pereira, da agropecuária Macuta, a venda de gado fora do leilão também tem sido uma realidade. “Já vendemos seis animais e a média de preço está entre R$ 18 mil e R$ 25 mil cada.” Ele explicou que as pessoas procuram fazer negócio fora do leilão porque há condições de ficar observando mais de perto, enquanto nos leilões eles enxergam o animal muito de longe. “Na exposição, eles chegam e escolhem o touro, conseguem ver melhor, enquanto no leilão é muita bagunça, pois um comprador dá lance em cima do outro e não consegue ver o animal direito.”
Na Nelore Beka, o administrador Luiz Carmelo Comegno Júnior fez uma parceria com a Connect Leilões para montar um shopping de animais em um dos pavilhões. “A ExpoLondrina tem atendido a expectativa de 75% de venda até este sábado, ainda sem terminar a feira. Nós estamos muito satisfeitos aqui. Estamos disponibilizando um pacote de embriões de reprodutores e vacas prenhas e paridas”, destacou. Em média, as vendas estão em R$ 25 mil por animal e já vendemos cerca de R$ 600 mil”, calculou.
Expo Genética
Pela primeira na ExpoLondrina, a Expo Genética ganhou um espaço exclusivo nos pavilhões Maharajá of Bhavnagar e Willie Davids. Os cerca de 40 bovinos de pura origem da raça Nelore, entre matrizes, reprodutores e garrotes, estão expostos para o comércio em que o melhoramento genético é o foco.
O presidente da Anel (Associação dos Neloristas do Paraná), Paulo Antônio Abrão Filho, agradeceu ao presidente da SRP (Sociedade Rural do Paraná), Marcelo El-Kadre, pela criação do espaço da Expo Genética. “Há tempo já temos esse objetivo de trazer esses animais para dentro do parque com esse intuito e o presidente Marcelo El Kadre nos atendeu sem medir esforços para que a gente conseguisse.”
Ele ressaltou que esse espaço já era um objetivo antigo, mas a pandemia de covid-19 atrasou os planos para que isso fosse concretizado, mas agora isso foi viabilizado. “O principal objetivo da Expo Genética é que cada um mostre o trabalho que vem desenvolvendo dentro da sua propriedade.” Ele explicou que o espaço conseguiu conciliar e unir todas as linhas e nichos de seleção para o desenvolvimento genético para uma pecuária eficiente e que gera lucro. “Mais do que nunca, nós somos uma classe que tem que estar unida, pois somos produtores de uma raça só, independente das linhas de seleção que cada um explora e é nosso dever contribuir com a pecuária nacional e regional.
Genética nelore
Luiz Carmelo Comegno Júnior, da Nelore Beka, explicou que tem feito um trabalho para refrescar a genética do nelore no Brasil. “Nós trabalhamos com novas importações de embriões da Índia. Começamos esse trabalho em 2009 e o primeiro animal da nova importação nasceu em 2010. Já estamos com 14 anos desse trabalho de nova importação de embriões para resultar no refrescamento de sangue da raça nelore e, automaticamente, com a melhoria da qualidade de carne para raça nelore com avaliação de ultrassom de carcaça, com altos índices de rendimento de carcaça, para o marmoreio de gordura na carne que determinam a maciez e a suculência da carne.” Esse melhoramento genético determina a espessura de gordura subcutânea, que é o acabamento de gordura precocidade de carne.
João Ricardo Paiva Gatti, da Fazenda Campestre, trouxe para a ExpoLondrina os animais disponíveis para apresentação do trabalho que realiza na fazenda. “Várias instituições e criadores fazem esse trabalho na região e já estão com esse trabalho há mais de 60 anos. “No Paraná, a criação da raça nelore é muito tradicional, então a gente está aqui para somar. O presidente da SRP, Marcelo El-Kadre, deu a largada ao descerrar a placa inaugural da primeira Expo Genética e agora acabou de nos dizer que assumiu o compromisso de liberar mais dois pavilhões para a ExpoLondrina do ano que vem para que a gente possa aumentar esse trabalho.”
Fotografia Day Rebecchi
Fotografia Day Rebecchi