13/04/2024
Doutor Agro traz perspectivas para o agronegócio na ExpoLondrina
Por Vera Barão
As perspectivas para o agronegócio brasileiro, a médio e longo prazo, são favoráveis, com aumento da produção de grão e das carnes. A avaliação é do consultor Marcos Fava Neves, CEO da Markestrat Consultoria Empresarial, convidado do HUB de Agro do Grupo RIC, para ministrar palestra no Pavilhão Smart Agro, da ExpoLondrina.
O painel teve como moderador o jornalista e apresentador Sérgio Mendes, do Programa Ric Rural, e contou com a presença do presidente da Sociedade Rural do Paraná, Marcelo El-Kadre, George Hiraíwa, presidente do Conselho de Administração do Sicoob Ouro Verde, e Sérgio José Alves, gerente de Inovação do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná).
Marcos Fava Neves, também conhecido por Doutor Agro, disse que o mercado de grãos vem sendo fortemente afetado pelas interferências climáticas, aliado a baixos preços, mas mesmo assim a área aumentou mais de um milhão de novos hectares nesta última safra.
Fava Neves observa que têm muitos produtores capitalizados que estão conseguindo crescer e que acreditam que os preços vão estar melhores e os custos de produção mais baixos. “Então, a perspectiva de crescimento para a soja nos próximos 10 anos é ótima e também na próxima safra, pois temos áreas de pastagens degradadas, que podem ser recuperadas para serem utilizadas para grãos”. As projeções para os próximos 10 anos é que o país detenha 60% do mercado mundial da soja. “Este número é uma projeção dos Estados Unidos, mas acreditamos que poderá ser maior”.
Em contrapartida, as projeções para o preço da soja não são nada animadoras, a oleaginosa não alcançará os patamares de dois anos atrás, quando a saca de 60 kg ultrapassou os R$ 200. “Neste ano, a orientação ao produtor é que ele não demore a vender a soja, porque o preço estará entre 10 e 11 dólares o bushel”.
“Já para o mercado de carnes, o cenário tende a ser positivo, com maior consumo fortalecendo o mercado interno e exportações em alta. Com esse mercado em alta, há também uma maior demanda de grãos”, pontua Fava Neves.
As projeções para os próximos anos são excelentes para o mercado do frango brasileiro, que deverá responder por 41% de todo mercado mundial; a carne bovina deverá abocanhar mais de 23% e a carne suína, pelo menos 20%.
A questão da energia produzida pelo agro ganha grande destaque nos próximos anos, na opinião do consultor. “A energia é uma avenida fundamental de crescimento, porque nós temos desde o etanol, que vai ser aumentado na mistura na gasolina, e temos também biodiesel sendo aumentado na mistura do diesel no Brasil. Temos também a produção de biogás e biometano a partir de dejetos de animais. Esses dejetos viram fertilizantes, enfim será uma década para a gente olhar os insumos e procurar alternativas para tê-los mais baratos. E a energia é uma área que dá para importar bastante”, afirmou.
Convidado para compor o painel, o presidente da Sociedade Rural do Paraná, Marcelo El-Kadre, salientou que a SRP, enquanto entidade de classe, tem por obrigação estimular o debate, fomentando conhecimento e informação para o produtor rural. “Trazer para o produtor informações para aumentar a produtividade e rentabilidade, bem como a inovação e novas tecnologias é fundamental e contribui para o desenvolvimento do agronegócio. “É fundamental que essas ações aconteçam aqui dentro a Sociedade Rural”, acrescenta El Kadre.
Ele tem boas expectativas para a próxima safra, embora o que mais preocupa o produtor neste momento seja a questão do clima. “O clima é o que mais nos incomoda, porque não temos como controlar o tempo. Em relação aos custos de produção acreditamos que serão menores e que a produtividade será cada vez maior em razão das tecnologias que temos disponíveis no mercado”.
Também convidado para o painel, o presidente do Conselho Administrativo do Sicoob Ouro Verde, George Hiraiwa, mencionou que toda a gestão do Sicoob é feita bem próximo do produtor rural, seu principal cliente. “Esse é um ano difícil, um ano que a seca judiou do nosso produtor. Sabendo disso, antecipamos e criamos linhas de crédito para amenizar a situação do produtor rural”, comentou Hiraiwa.
O gerente de Inovação do IDR-PR, Sérgio José Alves, chamou a atenção para a contribuição da ciência e da tecnologia brasileira no melhor desempenho da agricultura com relação à produtividade, segurança alimentar e garantia da sustentabilidade da produção.
A diretora regional executiva do Grupo RIC, em Londrina, Carla da Rosa, destacou que como grupo de comunicação é preciso informar a população e trazer pautas que realmente são relevantes para discussão do agronegócio. “O agronegócio é o cerne da nossa economia. É o principal setor produtivo no país, hoje o Paraná é um dos principais estados focados nessa questão do agronegócio. Então o Grupo RIC, sendo um grupo de comunicação paranaense, criou um hub rural, justamente para discutir essas questões relevantes para o agro”, afirmou Carla.