15/04/2024

Toneladas de carne foram vendidas durante dez dias de ExpoLondrina

por Peterson Dias

André Sebastian percorreu o Brasil todo – 2.500 quilômetros – para descobrir o talento na área de restaurantes no Paraná. O paraense da ilha de Marajó, extremo norte do país, deixou a família e a profissão de pescador para fazer a vida em Londrina há oito anos. “Comecei como auxiliar de cozinha e depois passei a ser garçom no Gelobel. Hoje sou gerente de uma das lojas. Já é minha terceira vez na Expo, mas agora vim como responsável pela unidade do Parque Ney Braga”, conta o rapaz de 31 anos.

Com dois restaurantes na cidade há três décadas, só na ExpoLondrina o Gelobel tem mais de 20 anos de tradição. “Nossa equipe este ano gira entre 60 e 70 profissionais, num espaço que comporta 650 pessoas. Pensando que cada mesa tem giro três a quatro vezes por dia, conseguimos quadruplicar este número”, conta André. Assim como em todos os estabelecimentos especializados em carne da feira, o gerente diz que é difícil precisar a quantidade vendida no evento.

Já Carlos Henrique Alves, proprietário do Galpão Nelore, arrisca dizer que vende mais de uma tonelada de carne durante os dez dias de feira. O restaurante, tradicional na cidade há quase quatro décadas, voltou à ExpoLondrina no ano passado. “Estava sentindo esta necessidade porque é um evento que nos dá visibilidade, recebemos pessoas do Brasil todo e do exterior também. Um público exigente e que está disposto a pagar um pouco mais por um produto de excelente qualidade”, revela Alves. Entre as carnes nobres oferecidas pelo restaurante está o famoso wagyu, gado japonês cujo corte pode custar até mil reais o quilo no açougue. Segundo o empresário, outro prato bastante procurado é o carneiro, especialmente o carré francês.

Acostumado também a um público exigente, o responsável pelo Coco Bambu está entusiasmado com a estreia do restaurante na ExpoLondrina. Conhecida pelos pratos com peixes e frutos do mar, a casa aceitou o desafio de conquistar o público do evento com um cardápio bem diferente do usual churrasco. “Estamos planejando esta vinda ao parque desde o fim do ano passado. Temos um padrão de qualidade e de pratos que precisamos trazer para cá, então eu não posso criar nada especificamente para a feira”, revela Rogério Claro, coordenador de eventos da unidade Londrina.

Para Rogério, debutar na feira foi um aprendizado, uma vez que o restaurante não esperava um público tão grande. Por ser a primeira vez, ele trouxe uma equipe de 40 pessoas para o evento, o que, segundo ele, ainda foi pouco. “A receptividade foi muito grande e tivemos casa cheia a maioria dos dias, foi corrido, até porque trabalhamos com outras carnes além dos frutos do mar. Temos a vantagem de ter uma marca consolidada e isso atraiu o público. Para o ano que vem, quero vir ainda mais bem preparado”, conta ele.

Para aqueles que não abrem mão da carne de boi, o Galpão da Costela revela no nome o carro-chefe da casa. Com dois restaurantes em Londrina e presente na exposição desde 2018, a churrascaria contabiliza uma média de 600 a 800 pessoas por dia. “Estimo entre 3 a 4 toneladas de carne para estes dez dias de feira. Claro que nosso destaque é a costela, mas trabalhamos com todos os cortes e também um amplo bufê para todos os públicos”, diz João Victor Janani, um dos proprietários.

Para o empresário, além do faturamento, a importância da ExpoLondrina é ser vitrine para o estabelecimento. “É um dos maiores eventos do setor na América Latina. Então se a pessoa vem, elogia, tira foto e recomenda, estamos sendo recomendados para o Brasil todo, não apenas na região”, afirma Janani.

Chuva no domingo não desanimou o empresário

Mesmo com o último dia chuvoso, Marlon Augusto Zanoni não perdeu a esperança de fechar o evento com chave de ouro. A chuva não deu trégua, mas o domingo no Sr. Zanoni estava de casa cheia no horário do almoço. “Claro que eu queria um dia de sol, mas acontece, não temos controle sobre o tempo. Acredito, sim, que o show da Ana Castela vai atrair mais gente até à noite”, declarou o empresário.

Com uma equipe de sessenta pessoas, entre funcionários e temporários, Zanoni conta que empreender em um evento grandioso como a ExpoLondrina exige um trabalho bem além dos dez dias de atividade. “Quem vê isso tudo aqui bonito e organizado, nem imagina a força-tarefa que demanda bem antes, durante e depois da feira. Às vezes, o público reclama dos preços, mas mal sabe o quanto custa para o empresário trazer esta estrutura e esta qualidade em um evento desta grandeza”, comentou o empresário.

E quem entende de bom atendimento, sabe dos desafios de conquistar e cativar o público. Com quase 70 anos de idade, o seo Amadeus Elias Cruz é garçom há 46 anos, 9 deles dedicados ao Sr. Zanoni. Ele fala que para trabalhar com atendimento é preciso agilidade e atenção, mas ele revela que tem um segredo a mais: “Sorriso no rosto e educação. A gente é a porta de entrada de um restaurante, é a gente que conquista o cliente a ficar e a voltar”, disse o profissional. E quando perguntado se está pensando em aposentadoria, ele foi rápido na resposta. “Nem pensar! Ano que vem eu estou aqui de novo”, falou depois de uma boa gargalhada.