08/04/2024

Visitante da ExpoLondrina pode conhecer como transformar dejetos de animais em biogás

Por Daniela Calsavara
 
Até a próxima sexta-feira (12), os visitantes da Via Rural Smart Farm poderão ter uma experiência imersiva em uma tecnologia que já é realidade em laticínios, frigoríficos e produtores de proteína animal do Paraná: o biogás. Em um vídeo de cinco minutos, apresentado em uma sala escura e climatizada, é possível se sentir dentro das propriedades rurais e ver de perto como funciona a transformação dos dejetos animais em energia pura. 
 
É a Vitrine do Biogás e Biometano, inaugurada numa parceria entre a Sociedade Rural do Paraná (SRP), Sistema Faep, Cibiogás e IDR –Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná.  
Segundo o representante do programa Renova PR, de energias renováveis do IDR, Antônio Ricardo Milgioransa, a vitrine é uma forma de sensibilização para mostrar essa possibilidade de reaproveitar os dejetos.
 
Atividades como suinocultura, avicultura, piscicultura e produção leiteira têm muitos dejetos animais que podem ser transformados. “A gente trabalha com os agricultores, as cooperativas, as agroindústrias, todo o pessoal da cadeia produtiva de proteína animal”, garante Antônio. Ainda de acordo com ele, o Paraná tem hoje mais de 30 mil propriedades com energia fotovoltaica solar implantada e esse ano o trabalho de energias renováveis está concentrado na produção a partir de dejetos animais. “Biogás e biometano também têm subsídio, aí depende do valor. Nós trabalhamos muito com projetos coletivos, então, você pega uma cooperativa, uma associação e você envolve uma cadeia de vários produtores”, afirma.
 
Para o presidente do Sindicato Patronal Rural de Londrina, Edson Dornellas, ainda faltam mais políticas públicas na área. “O governo tem que começar a apoiar a parte de biogás porque é um grande retorno para o produtor rural e traz grandes benefícios para a propriedade rural também. Ele pode viabilizar o gás, criar energia e até vender essa energia. Ainda tem o adubo orgânico que sobra no biodigestor e pode usar na própria lavoura depois”, conclui Dornellas.
 
Passivo Ambiental
As empresas e produtores que trabalham na cadeia de produção de proteína animal precisam dar um destino correto aos dejetos. No caso de indústrias, o IAT só faz a liberação de funcionamento da indústria mediante essa destinação. “Isso trabalha a questão ambiental, a sustentabilidade, a questão social e a questão da juventude permanecer na atividade rural com mais uma alternativa de renda”, pontua Antônio.
 
Parceria com a SRP
O presidente da SRP, Marcelo Janene El-kadre, esteve na inauguração da Vitrine. Para ele, é importantíssimo ter esse espaço dentro da Expolondrina. Marcelo foi enfático ao tratar do assunto. “Não é a novidade, é a realidade do que temos hoje no campo. É uma opção para o pecuarista, para o pessoal dos suínos, granjas, de transformar os dejetos em energia. O Brasil é tido como um grande bandido na esfera da geração de dejetos, problemas de desmatamento, assoreamento de rios e acho que a melhor resposta que podemos dar é uma ação dessa mostrando que realmente o produtor rural está preocupado com o meio em que ele vive, porque se ele acabar com esse meio, acaba a função, acaba a ação dele”. 
 
O biogás é energia térmica, podendo substituir lenha e gás de cozinha. Através de gerador, pode ser transformado em energia elétrica. Já o biometano é usado como combustível em caminhões e maquinários e ainda tem o biofertilizante, usado como adubo orgânico. “Antes o dejeto era um problema, agora é parte da solução. Vamos mostrar ao produtor o que realmente dá pra ser feito dentro da propriedade”, arremata Marcelo.